Imagine que alguém se aproxima de você e diz: “Venha comigo, quero te apresentar o melhor purê de batatas do mundo!” Certamente, essa afirmação criaria uma grande expectativa. Afinal, o que tornaria um purê de batatas o melhor de todos?
Chegando ao local, você percebe que há outras pessoas reunidas, todas ansiosas para provar esse purê excepcional. Todos se assentam, aguardando o momento de experimentar, mas, em vez de um prato servido, a pessoa que fez o convite coloca diante do grupo um grande saco de batatas cruas, ainda com casca, e anuncia: “Podem se servir do melhor purê de batatas.”
O espanto é imediato. Alguém questiona: “Mas onde está o purê?” E o anfitrião responde: “Está aqui.” Outra pessoa insiste: “Isso é apenas um monte de batatas!” Ele, então, retruca: “E o purê de batatas é feito de quê?” A resposta vem quase em uníssono: “De batatas, é óbvio.” Com tranquilidade, ele conclui: “Então, podem se servir.”
A indignação toma conta do grupo. Sentem-se enganados, pois esperavam algo pronto, transformado, unido em uma única substância. Um dos presentes expressa a frustração: “Isso é uma decepção! Você criou expectativas e nos trouxe apenas um saco de batatas.”
O anfitrião, então, responde: “Sim, é frustrante. Assim como é frustrante quando se fala sobre unidade, mas, na prática, o que existe são apenas pessoas reunidas, sem verdadeira transformação e ligação entre si.”
Embora a Bíblia não mencione purê de batatas, essa analogia nos ajuda a compreender a diferença entre estar junto e ser um. Um saco de batatas contém muitas batatas no mesmo espaço, mas ainda são apenas batatas separadas. Já o purê é resultado de um processo que as une de forma irreversível. Da mesma forma, estar próximo de alguém não significa necessariamente viver em unidade.
Atos 2: 42 – 47 (Peça aos irmãos que leiam juntos ou que cada um leia um versículo)
Pergunta: Quais pontos mais chamaram sua atenção sobre unidade e comunhão no texto de Atos 2?
Ao analisarmos o relato bíblico sobre a Igreja Primitiva, percebemos que uma reunião saudável e verdadeira entre irmãos possui elementos essenciais que, embora possam passar despercebidos, revelam efeitos profundos no meio da comunidade. Alguns desses elementos são:
- Intencionalidade em viver em comunhão (v. 42):
O texto nos mostra que “eles se dedicavam”. A busca pelo relacionamento e convívio exigia intencionalidade e compromisso. Não era algo superficial ou forçado, mas fruto do prazer genuíno de viver em comunhão com os irmãos. - Existência de milagres (v. 43):
A comunhão sincera atrai a presença de Deus, e onde Ele está, há manifestação do Seu poder. Muitos podem não perceber de imediato a ação divina em suas vidas, mas, ao longo do tempo, reconhecem que sua transformação e os milagres vividos são consequências desse ambiente de unidade. - Garantia de uma família espiritual para todos (v. 44):
A vida em comunidade proporciona um senso de pertencimento. Na comunhão dos santos, todos são envolvidos em amor, santidade, alegria e fraternidade. Não há exclusão ou solidão, mas um acolhimento genuíno que reflete o propósito de Deus para Sua Igreja. - Desenvolvimento de relacionamentos (v. 46):
A unidade não apenas une pessoas, mas também as ensina a se relacionar. Na igreja, aprendemos a nos conectar com pessoas diferentes de nós, criando vínculos legítimos e profundos. Esse crescimento relacional é algo singular, pois somente o corpo de Cristo pode proporcionar esse tipo de transformação e amadurecimento. -
Pessoas são atraídas pela comunhão (v. 47):
Quando vivemos em unidade, simplicidade e alegria, o fluir de Deus se torna evidente.
Esse testemunho vai além das palavras; é algo que se sente e se percebe. Aqueles que
observam essa realidade, mesmo sem compreendê-la totalmente, enxergam Jesus em
nosso meio. E, ao serem impactados, rendem-se ao Senhor e iniciam uma nova
caminhada com Ele.A comunhão verdadeira não é apenas um ajuntamento de pessoas, mas uma transformação profunda que nos molda à imagem de Cristo e atrai outros para Ele.
Se a forma como conduzimos nossos relacionamentos e vivemos em comunhão tem impacto direto na salvação de outras pessoas, então não podemos ignorar a mensagem que Cristo nos deixou em João 17:20-22.
O meio pelo qual o mundo conhecerá a Jesus foi revelado pelo próprio Senhor: “…para que todos sejam um… para que o mundo creia que tu me enviaste.” Essa é uma das orações mais profundas e poderosas de Jesus, ainda não plenamente respondida. No entanto, por se tratar da vontade do Filho de Deus, ela certamente se cumprirá — e isso acontecerá por meio da nossa vida em unidade.
No versículo 22, Jesus declara que repartiu conosco a mesma glória que recebeu do Pai. Qual é o propósito disso? Tornarmo-nos uma expressão visível de Cristo no mundo através da comunhão, da vida em comunidade e do amor fraternal. Quando vivemos essa realidade, nos tornamos um só corpo, uma verdadeira unidade.
Não fomos chamados apenas para estar juntos, mas para sermos um. Não apenas um saco de batatas, mas um purê — inseparável, transformado e unido de maneira genuína, para que o mundo veja Cristo em nós.
Ao final do compartilhamento da Lição, orem uns pelos outros. Peçam ao Senhor pela aplicação da Palavra na vida de cada discípulo.
Coloquem um propósito de na próxima reunião ouvirem alguns testemunhos sobre o que estudaram hoje.
+Amado desta semana!
Em seguida, façam o sorteio do nome a ser alvo de oração, cuidado, serviço, amor, telefonemas etc.